terça-feira, 25 de abril de 2023

NO CHEIRO DA COR DO CRAVO

 

O 25 DE ABRIL

Apresento aqui uma poesia minha publicada na OxaláEditora e que mostra um dos lados de Abril: 
 
NO CHEIRO DA COR DO CRAVO
 
A história do meu povo
Ainda está por contar
Ela corre no Douro e Tejo
Em busca do Sol no mar.
 
No rasto da ditadura
Da ditadura se vão
Os abutres de Abril
À conquista da nação
 
Cívicos de profissão
Os pupilos da revolta
No cheiro se vão
Do cio do cravo
 
Em togas de doutores
Todos andam enfeitados
Com os cravos roubados
Nas promessas do Abril
 
Abril beijo de liberdade
De lábios em movimento
Num Estado embrulhado
De falas sem pensamento.
 
Falta dele o despontar
De um sonho por abrir
De uma carta por sonhar
Abril anda triste sem florir
 
Do povo fica a marcha
Da nação a desobriga
Da liberdade a cantiga
Dos heóis de Abril a lábia
 
Na cidade passa agora
Um cheirinho a demónio
Anjos de ontem na onda
Dos tempos do António
 
A história do meu povo
Ainda está por contar
Ela corre no Douro e Tejo
Em busca do Sol no mar!
 
António CD Justo
In “Pegadas da Poesia”, Oxalá Editora, 2018

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