No deserto imenso, a alma se inflama,
Sob o véu do Islão, ergue-se a trama.
Política e fé, num só coração,
Unem tribos dispersas numa nação.
Do solo árido, a miragem brotou,
Espelho de sonhos, que a areia sulcou
E a luta do Corão em ventos sem fim,
Modela espíritos, duros assim.
A fé que invade, força e visão,
Confunde a aridez com a ilusão.
Mas no encontro do sagrado e do poder,
Surge um sistema que consegue vencer.
Na democracia forjada na crença,
Deus só une, enquanto compensa.
Longe do conforto das democracias,
Aqui, a unidade é que desafia.
E no contraste, o devoto se entrega,
Com feminilidade que o espírito rega.
Enquanto líderes, com força viril,
Guiarem miragens de um povo febril.
Assim é o Islão, deserto e clarão,
Miragem concreta, força e paixão.
Um mundo que ecoa a sua razão,
Num espelho eterno, de fé e nação.
António da Cunha Duarte Justo
In Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9655
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