quarta-feira, 16 de junho de 2021

DAS ANDANÇAS DA JUSTIÇA NA QUINTA LUSITANA

A Justiça é cega e usa a bengala da política que não é dela!

Na “Quinta Lusitana” é costume fazerem-se processos judiciais que perdem validade de prazo e outros que não acabam! A Justiça parece ser boa a nível de teoria e bastante eficiente para a “arraia miúda”!

Finalmente, o banqueiro João Rendeiro foi condenado a dez anos de prisão, mas ainda não foi preso; ele não é mais que um exemplo típico de processos que se arrastam há muitos ano nas caves da Justiça. (Segundo o BPP, João Rendeiro desviou 11,6 milhões e estava disposto a pagar meio milhão para não ir preso (1)!  No âmbito de envolvimento político leia-se: “Justiça portuguesa a ser mais lenha na fogueira da democracia!” (2)

Num regime político, de jogo da cabra cega entre os poderes do Estado, torna-se compreensível que Rendeiro e outros vejam seus crimes preteridos!

O efeito mais grave para a sociedade é o descrédito e a dúvida que se vai alargando quanto à atitude dos órgãos da democracia! Apesar do enleio policio-económico-financeiro, a sociedade vai vivendo da dúvida e com a dúvida: In dúbio pro reo!

João Rendeiro e outros do género é sempre um grande risco porque muitos interligados na sua rede poderiam ficar com o rabo entalado!

Por um lado, haveria muita gente importante a ter de ser chamada a contas e, por outo lado, o povo sofreria por não ter um Portugal tão bonzinho e soalheiro como pinta! Em Portugal é difícil assumir-se responsabilidade política e os moinhos da justiça são tão lentos que dão oportunidade a quem pode. Também, tais assuntos, além de um certo alarido primário, não assumem gravidade perante a Justiça; esta no seu ajuizar conta também com a mentalidade e opinião dos portugueses expressa na opinião pública. O busílis está apenas no pormenor e este é difícil de ser notado (2)!

Não há solução para as maleitas dos diferentes governos porque os “administradores da Quinta Lusitana”, se não têm o rabo preso, têm sido coniventes com o sistema, a nível de Estado, de Parlamento, de partidos e de governação.

Se não houver uma conversão dentro e fora dos diferentes partidos portugueses e não se arrume com as “ratazanas” que vivem nas caves da República, não haverá solução e Portugal continuará dependurado à linha condutora de um país que desde há séculos se vai arrastando de crise em crise! Talvez um meio oportuno, para um recomeço de Portugal sério e a sério, fosse uma amnistia geral de tudo e de todos para poder recomeçar e tornar-se num país solidário, próspero, livre e avançado.

Doutro modo, o amor dos portugueses por Portugal cega-lhes os olhos levando-os a não notar que se encontram numa Quinta. Uma quinta de donos e caseiros que ainda não têm a consciência de democracia e de responsabilidade pessoal e social.

Vai-se vivendo; quem pode, cantando e rindo! O que ainda nos vai valendo e dando esperança, para apagar as mágoas causadas por mordomos da política, é a competência e eficiência mostrada na área do futebol. Quando aprenderá a política o exemplo da eficiência conseguida no futebol?

 “Com papas e bolos se enganam os tolos", diziam os antigos e o mesmo terão de continuar a dizer os contemporâneos!

António CD Justo
Notas em “Pegadas do Tempo”, https://antonio-justo.eu/?p=6577

(1)     https://observador.pt/seccao/economia/banca/caso-bpp/joao-rendeiro/  

(2)     Justiça portuguesa a ser mais lenha na fogueira da democracia! Corrupção institucional legalizada? https://etcetaljornal.pt/j/2021/05/justica-portuguesa-a-ser-mais-lenha-na-fogueira-da-democracia-corrupcao-institucional-legalizada/

 

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