sábado, 12 de junho de 2021

CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA A SERVIR DE BUFO DE EMBAIXADAS ESTRANGEIRAS

 Um escândalo que em Portugal não passará de um episódio ou intriga

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está metida num conluio grave com a Embaixada de Moscovo ao transmitir-lhe oficialmente dados sobre ativistas russos promotores de uma manifestação contra o regime de Moscovo. E isto acontece, apesar de se saber o que está a acontecer ao opositor de Putin, Alexej Nawalny!

Imagine-se a rebaldaria política!  Uma Câmara Municipal arroga-se direitos diplomáticos passando por cima de tudo e de todos!

A CML já tinha procedido do mesmo modo ao fornecer dados à Embaixada de Israel sobre manifestantes palestinenses contra Israel.  Também partilhou dados com a China (sobre o Grupo de Apoio ao Tibete) e com a Venezuela (sobre a concentração “em solidariedade com o povo da Venezuela”).

Fernando Medina, o presidente, encontrar-se-ia em maus lençóis, mas como é costume em Portugal, de um crime escandaloso que bradaria aos céus, torna-se na opinião pública, num mero episódio. Qualificar a gravidade do assunto como "novela" é desculpar os responsáveis por algo inacreditável num estado tornado informante ou bufo!

Não basta fazer perguntas? Estas, na quinta lusitana, não passam, geralmente, de tiros para o ar e, quando há respostas, são, muitas vezes, para tentar distrair jornalistas!  

O que aconteceu entre a embaixada russa e a Camara de Lisboa é indigno de um Estado livre e democrata. E pensar que na opinião pública se considere isso como natural torna-se ainda mais grave porque se pressupõe uma atitude de colaboração entre sistemas e contrária ao cidadão.  

Por estas e por outras vamo-nos certificando que vivemos num Estado de desresponsabilização e de irresponsabilidades.

Acordemos para que Portugal deixe de ser sempre um país das “corporações”, condenado a ter de viver de mão estendida para o Estrangeiro, através de jeitos, da emigração e dos recursos que outrora vieram das índias, do Brasil, de África e que agora vêm da União Europeia!

Não seria também este um assunto para o provedor da Justiça?

Não haverá em Portugal associações/iniciativas de cidadania com capacidade para colocar tanto abuso e tanta corrupção em tribunal?

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6570

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