quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

O VATICANO CHAMA A IGREJA NA ALEMANHA À ORDEM

A vatican--magazin-de informa que o processo de reforma do caminho sinodal alemão deve respeitar a unidade da Igreja universal. O caminho sinodal na Alemanha não pode obrigar os bispos e os fiéis a adotar novas formas de moralidade. Não seria permitido introduzir novas estruturas ou doutrinas oficiais nas dioceses antes de uma concordância acordada ao nível da igreja universal. Se separados da igreja mundial, eles enfraqueceriam, degenerariam e morreriam.

A igreja é inconcebível sem Deus transcendente, Jesus Cristo e seu evangelho. O ministério sacerdotal deve deixar clara a sua origem divina e sua meta, o reino dos céus. A igreja é mais do que um edifício social. É importante exercer o ofício em humildade e santidade, "caso contrário, faremos mais mal do que bem."

Em entrevista ao The Associated Press, o Papa Francisco afirma que “a experiência alemã não ajuda” porque o caminho sinodal tem sido liderado por uma “elite” distanciada do povo e recorda que o objetivo deve ser sempre a unidade. “Aqui o perigo é que algo muito, muito ideológico passe despercebido. Quando a ideologia se envolve nos processos eclesiais, o Espírito Santo vai para casa, porque a ideologia derrota o Espírito Santo.

Quanto à homossexualidade disse "Ser gay não é crime. Sim, mas é pecado... Bom, mas primeiro vamos distinguir entre pecado e crime». E acrescentou: «Também é pecado faltar à caridade uns para com os outros» (1)

Também tenho a impressão que parte do problema das igrejas na Alemanha é acentuarem demasiadamente a cabeça à custa do coração, o princípio da masculinidade à custa do princípio da feminilidade. Uma parte da comunidade alemã demasiadamente politizada e imoderadamente fixada em valores das correntes do tempo não pode reclamar ter de ser aceite e alargada ao espaço universal.

O âmbito da fé é complementar ao da razão não podendo esta negar o campo de acção da mística ou da fé - aquela zona de protecção da pessoa humana, que a ajuda a não ser levada na avalanche do Zeitgeist ou do mainstream.

Uma Alemanha que viu a sua identidade em parte destruída em consequência da guerra que originou não pode esperar que outros países que se definem com raízes cristãs tenham de abdicar das suas tradições para se diluírem num universalismo anónimo de ideias!

A Igreja institucional tem ainda muito caminho a fazer no sentido de se atualizar quanto à moral e à pastoral, mas não quanto à doutrina; doutro modo tornar-se-ia substituível pelas igrejas protestantes.

Os problemas eclesiais não se resolvem tanto a nível de ideias, mas sobretudo descendo à vida.

António CD Justo

Nota em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8236

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