segunda-feira, 10 de junho de 2024

EM NONRA DO DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

Em Camões dá-se a conexão de pátria, laços culturais e identidade nacional, aquilo que reforça o sentimento do nós, num ambiente de paz e de elevação!!

Ao honrarmos (a 10 de Junho) a memória de Luís de Camões, símbolo da unidade e da vontade lusa apontamos para a importância da herança cultural portuguesa.

Camões encarnava o espírito da Europa e especialmente o génio português em que o Reino ainda tinha projectos próprios e nutria um sentido da História em que agia como actor e não apenas como sujeito passivo.

Com Camões sentimo-nos mais unidos em torno da história, cultura e valores compartilhados.

Para as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, esta comemoração reforça os laços culturais e a identidade nacional, para os emigrantes que, tal como os companheiros de Vasco da Gama e de Camões, saíram da pátria para realizarem parte dos seus ideais e dos seus sonhos dando um pouco de Portugal ao mundo!

Este ano celebramos o 500° aniversário de Camões. A obra que o tornou imortal foi “Os Lusíadas”! Em "Os Lusíadas", Camões combina história, mitologia e um profundo sentido patriótico para contar a história da expansão marítima portuguesa. Neles narra as aventuras de Vasco da Gama e a descoberta do caminho marítimo para a Índia, além de exaltar a glória e o espírito aventureiro dos portugueses.

Em recordação deixo aqui dois sonetos da sua lírica como refeição leve.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9348

MUDAM-SE OS TEMPOS...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís Vaz de Camões

 

 

AMOR É FOGO...

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor

Soneto de Luís Vaz de Camões (1524-1580)

 

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