sábado, 24 de janeiro de 2015

Morreu o Rei da Arábia Saudita grande Promotor do Terrorismo



O Comprometimento do Ocidente com o terrorismo internacional

António Justo
Ontem, 23.01, morreu Abdullah, o rei da Arábia Saudita. Para se perceber a paciência do Ocidente com o maior fomentador do terrorismo islâmico sunita, interessa ter-se presente os interesses económicos e as inter-relações de importações e exportações entre o Ocidente e os países produtores de petróleo.

 A Arábia Saudita financia o terrorismo internacional e a construção de mesquitas fora dos países islâmicos.

Na Arábia Saudita as mulheres têm poucos direitos. Só podem sair de casa na companhia de um homem, não podem conduzir carro e só podem estudar e casar com consentimento prévio; não possuem quase nenhum direito de decisão. Desde 2001 já podem requerer um bilhete de identidade.

Pratica-se a tortura, o espancamento, o açoitamento, a privação do sono, a torção dos membros, choques eletrostáticos, assim como a ameaça de mordidelas de animais; há execuções públicas como castigo normal para crimes como: assassinato, adultério, sabotagem e apostasia.

Apesar de tantos crimes contra a humanidade e contra os direitos humanos o Ocidente é o grande aliado da Arábia Saudita.

Como exemplo refiro informações da HNA segundo as quais a Alemanha em 2013 fez exportações para a Arábia Saudita no valor de 1,7 mil milhões de euros (máquinas, produtos químicos, veículos e peças de veículos. A exportação de armas foi de 316 milhões de euros. Em 2013 as exportações da Arábia Saudita para a Alemanha atingiram os 9,2 mil milhões de euros. Além disso a Alemanha, em 2011, fez investimentos directos na Arábia Saudita no valor de 713 milhões de euros e em contrapartida a Arábia Saudita investiu na Alemanha, no mesmo ano, 25 milhões de euros. A Arábia Saudita fomenta o wahhabismo (interpretação fundamentalista do islão) que produziu al Qaida e a ideologia do “Estado Islâmico”.

O dinheiro compra tudo; até a consciência democrática defensora dos direitos humanos não escapa.

António da Cunha Duarte Justo

www.antonio-justo.eu

2 comentários:

Anónimo disse...

“O dinheiro compra tudo; até a consciência democrática defensora dos direitos humanos não escapa” ou a diplomacia que visa a tal “força de segurança e a estabilidade” no Oriente Médio, assim o exige?
Saudações,
Margarida Castro
in Diálogos Lusófonos

António da Cunha Duarte Justo disse...

Boa questão, Margarida Castro!
“O dinheiro compra tudo; até a consciência democrática defensora dos direitos humanos não escapa” ou a diplomacia que visa a tal “força de segurança e a estabilidade” no Oriente Médio, assim o exige?
Realmente sob a perspectiva que apresenta, o valor da segurança e estabilidade são importantíssimos. A dar-lhe razão está o movimento primaveril do norte de África que ficou mais desestabilizado que antes! O mundo árabe precisa de governos fortes. Na análise da situação será importante ter em conta que grande parte da desestabilização da região se deve à política americana do presidente Reagen com a intervenção no Iraque e com o apoio a Al Qaida: uma política fatal que levou ao incêndio da região. Por outro lado temos a acção da Arábia Saudita também ela fomentadora de um islão radical e extremista. Fomentou o jhiadismo de que agora se pode tornar vítima.
Sob a perspectiva sunita a Arábia Saudita revela-se como factor muito importante para a defesa da grande parte dos grupos islâmicos; sob a perspectiva dos muçulmanos xiitas a situação torna-se antagónica.
Ao dizer que “o dinheiro compra tudo” queria salientar a hipocrisia de um mundo ocidental que geralmente se apresenta de mãos limpas e uma Arábia Saudita que se sente como a guardiã do islão mas é fundamentalista. O maior problema segundo penso, é que os EUA e a Arábia Saudita se terem tornado, de facto, num factor de promoção do fundamentalismo conservador muçulmano que não suporta interculturalismo. O jogo seguido pela Arábia Saudita e EUA não me parece leal, de uma parte e de outra, até pela tática seguida pelo rei apoiando a política americana na região e por outro lado apoiando economicamente os extremistas. Uma situação difícil porque também a Arábia Saudita deve a sua estabilidade ao apoio dos EUA. A Arábia Saudita terá grandes problemas no futuro também devido aos maus espíritos que fomentou e que já trovejam no meio da sua sociedade. O busílis do mundo árabe está no facto de estar condicionado a ter de se encostar à Nato ou à Rússia que procuram, cada qual a seu modo, colocar o seu peso no prato da balança dos sunitas e dos xiitas. Por outro lado, a região, sem estas potências seria um barril de pólvora. Uma situação desgraciada! Terá razão uma estratégia meramente pragmatista ou seria prioritário o desenvolvimento de uma programática de compromisso?
Saudações solidárias e um bom Domingo
António Justo