Declaração de Falência do
“Direito” que regula o Estado
António
Justo
Depois de nove anos de prisão de Asia Bibi, acusada de
blasfêmia, a Suprema Corte do Paquistão absolveu a cristã da pena de morte por
crime de blasfêmia e ordenou sua libertação; isto na sequência de muitas
campanhas a nível internacional pedindo a liberdade de Asia Bibi.
Depois de protestas na rua
contra a decisão do tribunal supremo, o Governo paquistanês, em conivência com
as manifestações da rua, acordou, com os seus representantes, ignorar a
jurisprudência.
Estado de direito e cultura
muçulmana excluem-se mutuamente, porque o pleno direito é condicionado ao islâmico.
Disto só fala gente “non grata” porque é tabu para o pensar politicamente
correcto. Para o ocidente, tudo isto é varrido para debaixo do tapete com o
argumento de que são apenas extremistas em acção.
O advogado de Asia Bibi, não
se encontra seguro no próprio país e por isso já fugiu para o estrangeiro.
A cristã paquistanesa foi acusada de ter ofendido
o profeta Maomé. O tribunal achou as alegações de culpa não suficientemente
fundamentadas e por isso ordenou a libertação de Asia (51 anos).
Num verão quente, Asia
ofereceu água a duas trabalhadoras do campo. As duas muçulmanas não quiseram
aceitar a água (porque a água vindo das
mãos de uma cristã era impura). Perante
isto originou-se uma discussão na qual a cristã supostamente terá dito algo
ofensivo sobre o profeta Maomé. A mãe de cinco filhos negou sempre a acusação.
Asia e família estão em perigo de vida (alguns
especulam que já se encontrará fora do país)! Mesmo se lhes fosse dado
asilo num país ocidental teriam de viver sob uma outra identidade porque o islamismo
encontra-se já por todo o lado. Aqui se
vê a fraqueza das nossas leis de asilo que acolhe no seu seio precisamente
parte da multidão que no Paquistão grita contra pessoas doutra religião ou
etnia. O asilo não se enaltece por dar asilo a pessoas fortes que se tenham
distinguido na defesa da liberdade e dos direitos do Homem independentemente de
etnia ou religião. Dá-se asilo a grupos internos a quem se vendem armas e deste
modo acolhem-se muitos radicais islâmicos.
Asia, agora nem na prisão não estará segura.
Em 2011 o
governador da província de Punjab foi assassinado pelos seus próprios
guarda-costas por ter criticado a lei da blasfémia. Dois meses depois foi
também assassinada a ministra das minorias paquistanesas por ter intervindo na
defesa da cristã.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, http://antonio-justo.eu/?p=5025
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