A Europa verá o protecionismo nacional de Trump reforçado pelos Democratas
António Justo
A meio do mandato de Trump, nas eleições intercalares
(06.11.2018) o Partido Democrata conquistou a maioria dos lugares na Câmara dos
Representantes, enquanto o Partido Republicano conseguiu aumentar a sua maioria
no Senado (+ dois assentos).
Dos 435 lugares na Câmara
dos Representantes, os Democratas conseguiram, para já, 222 lugares (+27) -51,2%- e os Republicanos
196 (-27) -47,1%-; Falta ainda apurar 26
lugares (1).
Nas eleições para o Senado com 100 lugares, os
Republicanos, mantêm a maioria com 51 (+2) lugares enquanto os Democratas
ficaram com 46 (-2) lugares; falta apurar 3 lugares.
Trump não saiu mal das eleições; saiu deles apenas com um
olho azul! Assim evitou o pior que lhe podia acontecer. Tornou impossível a
destituição de presidente, porque o Senado é o órgão mais importante.
Apesar da victória dos Democratas
na Câmara dos Representantes, Trump pode continuar a influenciar determinantemente
a América porque os democratas não estão
muito habituados à disciplina partidária e, de momento, por todo o lado se nota
uma onda nacionalista, a que os Democratas não ficarão indiferentes, se
quiserem concorrer de olhos nos olhos nas próximas eleições. Na América os
deputados têm de demonstrar trabalho feito perante o seu eleitorado regional
para terem hipótese de serem eleitos e, se não apoiassem medidas protecionistas,
isso poderia favorecer ainda mais o concorrente... Desta vez, Robert Francis „Beto“O’Rourke,
que reunia a esperança dos Democratas, perdeu contra o seu rival o senador
republicano Ted Cruz, nas eleições para o Senado. Tudo isto torna mais
inseguras a possibilidade de destronar Trump.
A derrota de Trump na Câmara dos Representantes fortalecerá a luta entre os
dois partidos e criar-se-ão mais encenações, dado Trump passar a ter de
negociar algumas leis com os Democtratas, para poderem passar na Câmara dos
Representantes. A sua maioria no Senado não o obriga a corrigir
substancialmente o seu curso, até porque as propostas de leis da Câmara dos
Representantes precisam da maioria do Senado. Uma possível
proposta da Câmara dos Representantes para depor o presidente precisaria de
dois terços dos representantes no Senado.
Em 2014 a participação dos eleitores nas eleições
legislativas, que se realizam de dois em dois anos, foi de 36%; desta vez foram
48%.
Empresas alemãs retirar-se-ão
ainda mais do negócio com o Irão e outras europeias seguir-lhe-ão o exemplo.
Empresas alemãs apoiaram em dinheiro a campanha eleitorais
americanas (cerca de 60% em favor dos Republicanos e 40% em favor dos
Democratas
O Dinheiro rege
o Planeta
O resultado das eleições também
dependem do dinheiro que podem gastar e das ofertas que recebem. Também empregados
de 19 empresas alemãs nos EUA apoiam
os partidos candidatos às eleições com doações. Nos USA não são permitidas
doações directas das empresas para a política dos USA. Então a grandes empresas
organizam Comitês de Ação Política (Pacs) encarregados de recolher fundos.
Assim, as doações vêm da equipe e não diretamente do tesouro da empresa. Muitas vezes também se trata de uma aposta no
futuro. Assim, como referem os links citados, as 19 empresas alemãs doaram,
para estas eleições, quase três mil milhões de euros, através dos seus comitês;
59% foram para o partido dos Republicanos.
Como se vê, o dinheiro também
governa o planeta!!! E quem governará o povo!
António da Cunha
Duarte Justo
In “Pegadas do Tempo”, http://antonio-justo.eu/?p=5037
(1) O Senado
e a Câmara dos Representantes formam o Congresso (o Parlamento) dos EUA.
O Senado é formado por dois
representantes de cada Estado dos Estados Unidos. Tem 100 lugares e destes
foram agora eleitos 35.
A Câmara dos Representantes), com 435
lugares agora eleitos, é formada pelos representantes de cada Estado e o número
de representantes de cada Estado depende do seu tamanho.
Sem comentários:
Enviar um comentário