O Ecossistema de Influências baseado em Financiamento dos Media, de Narrativas e do Poder na EU
... Os recentes financiamentos da UE à RTP e Lusa cifrados em 1,7 € milhões para "projectos de coesão" e "combate à desinformação" revelam apenas a ponta visível de um icebergue muito mais profundo...
Quando uma organização mediática como a RTP e a Lusa depende significativamente de verbas europeias para projetos específicos, desenvolve-se uma autocensura preventiva, porque o que não se alinha com as prioridades de Bruxelas dificilmente recebe atenção ou recursos.
A Fábrica dos "Comentadores Independentes"
Observa-se em Bruxelas um ecossistema de grupos consultores (think tanks), fundações e grupos de peritos que alimentam constantemente os meios de comunicação com "especialistas independentes"...
Em Portugal, este fenómeno replica-se através de comentadores que dominam os painéis televisivos, repetindo narrativas perfeitamente alinhadas com as posições oficiais de Bruxelas sobre temas como a guerra na Ucrânia, as políticas sanitárias ou a integração europeia. A diversidade de perspectivas genuinamente críticas é marginalizada.
A Ditadura do Consenso e o Silenciamento das Dissidências
Cria-se assim uma ditadura do consenso onde posições divergentes são sistematicamente enquadradas como: "Desinformação" quando questionam narrativas oficiais, "Populismo" quando reflectem preocupações populares não alinhadas, "Pró-Rússia" quando criticam políticas da NATO ou da EU...
Da Censura tradicional à Censura digital
Assistimos a uma evolução da censura que passou da censura da PIDE para mecanismos mais sofisticados, ou seja, da repressão clássica para um controlo moderno baseado em financiamentos condicionados a quem se alinha, na descredibilização social enquadrando o crítico como radical ou negacionista e na colaboração com plataformas digitais que colaboram com governos para limitar discursos "problemáticos" ou que apontam para perspectivas não conformistas...
O Paradoxo Democrático
Este sistema, que se apresenta como defensor da democracia, está a construir um novo autoritarismo tecnocrático. Usa o fantasma do passado para silenciar as críticas ao presente...
Em Portugal, este sistema manifesta-se através do alinhamento automático com posições europeias, da marginalização de visões críticas da EU e da utilização sistemática do fantasma do salazarismo para descredibilizar críticas legítimas ao autoritarismo contemporâneo.
A Verdade na Gaveta
Enquanto se gasta milhões a "combater a desinformação", ignora-se que a maior desinformação pode ser a que vem embrulhada em selos oficiais...
A verdadeira democracia não teme o dissenso, teme apenas o silêncio imposto e a manipulação dos povos que passam a ser meros reprodutores das intenções dos tecnocratas de Bruxelas...
António da Cunha Duarte Justo
Artigo completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10564


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