terça-feira, 5 de abril de 2022

OS NOSSOS DESCENDENTES IRÃO RIR-SE DE NÓS!

 O negócio vai bem e as pessoas vão morrendo

 

A guerra na Ucrânia não é uma guerra como qualquer outra; nela estão também directamente envolvidos civis na qualidade de combatentes de rua.

A guerra começou por causa de negócios e de influências e continua por causa do comércio e de interesses de domínio.

O armamento é um negócio lucrativo; os países fortes investem nele para manterem o seu domínio; no final da guerra, a Ucrânia e nós é que recebemos a factura.

A Alemanha já entregou 500 mísseis antitanques, 500 mísseis antiaéreos Stinger e 2.000 mísseis Strela e outro equipamento a Kiev (HNA 05.04.2020). É assim que o conflito vai continuar a escalar! A Alemanha tornou-se assim também uma parceira da guerra. A Alemanha não aprendeu com o seu envolvimento na Sérvia, Afeganistão, Mali, etc. Quando começará o ponto de viragem para uma política da paz?

A imprensa alemã relatou, já há tempos, que foram entregues aos civis ucranianos em Kiev Kalashnikovs e outras armas. Isto mostra que esta não é uma guerra como as outras; além dos interesses nacionais em defesa joga-se também com o fanatismo, o que torna tudo mais complicado. E depois o que podemos espera de um soldado russo quando é alvejado por civis?

Não se trata aqui apenas de tomar uma posição numa guerra supérflua, mas também de perceber o que está realmente a acontecer.   Ainda é muito cedo para se interpretar o que aconteceu em Butsha de forma precipitada e unilateral. Na guerra a verdade é a que mais sofre e a imprensa está geralmente do lado do seu próprio sistema.

Tentar convencer a Rússia a deixar a guerra como nação derrotada e com sanções é uma ilusão. O facto de só o caracter narcisista de Putin ser atacado nos meios de comunicação social esconde que existem os interesses de uma nação por detrás do presidente!

Como as coisas se estão a desenvolver, Putin fica com Donbass (território pró-russo), verá confirmada a aquisição da Crimeia e poderá jogar com o trunfo de Mariupol. Como compromisso, a nova Ucrânia poderia entrar na UE, mas não na NATO. Assim, a Ucrânia que hoje se tornou num obstáculo ao diálogo tornar-se-ia numa ponte entre a União Europeia e a Rússia. Doutro modo, a Europa renunciará por muito tempo a um baldado sonho de voltar a ser ela mesma e os que apostam em repartir o mundo é que ganharão, mas apenas por algum tempo. Esperemos pelo dia em que a Europa e a Rússia se comportem como irmãos!

Assiste-se a uma emocionalização geral da nossa interacção social e isto empurra a argumentação para segundo plano. O interesse por uma política da paz  parece diminui também nas populações!

António da Cunha Duarte Justo

Sem comentários: