Politicamente exposta às contrariedades dos ventos do Zeitgeist, a família passa a ser cada vez mais estressada. O movimento 68, a pretexto de liberdades, instrumentalizou a família considerando-a como modelo a ser ultrapassado e “privatizado”! Neste conceito a mulher continua a ser utilizada e explorada na família e em sociedade.
A primeira a ser explorada na família é a mulher; uma sociedade e economia globalistas de matriz masculina em vez de valorizar a feminilidade procura pô-la ao serviço da sua masculinidade, ao âmbito meramente funcional.
Por isso exige-se tudo das mulheres e das mães! Devem estar sempre prontas e à disposição de tudo e de todos e, além do mais, é-lhes exigido fazerem uma carreira perfeita: funcionalidade pura ao serviço da família e ao serviço da economia!
No passado, as pessoas seguiam a ordem da natureza, hoje seguem a lógica dos meios de comunicação de massas. Corta-se o âmbito privado (familiar) para se passar a viver no âmbito público, à custa do tempo passado juntos; da "geração televisiva" que assistia ao mundo sentada, passou-se à geração smartphone que corre por todo o lado e em todo o lado tem de estar presente sob a supervisão do google.
A família perde muito do seu espaço privado transpondo-o para as empresas globais! Estas exigem um contínuo estar atento à custa da atenção indisponibilizada aos circunstantes sentados à mesma mesa; estar atento e chamar a atenção coloca as pessoas e as famílias modernas sob considerável pressão dificultando assim a criação de relações directas, de belas experiências humanas, de celebrações partilhadas, de ritos e de momentos vividos em conjunto; assim se evita aquilo que tornaria as nossas vidas mais autênticas e mais ricas.
Na esfera doméstica e na criação dos filhos, a mulher vê a sua condição, muitas vezes, a ser tornada invisível, não obtendo qualquer reconhecimento pelo trabalho familiar, que de facto permanece mais sobre os seus ombros. Por mais que as mulheres trabalhem não recebem qualquer recompensa! Em vez disso a sociedade cria imagens ideais e papéis que as obriga a terem de andarem sempre a correr e a estarem atentas ao que se espera delas! Uma sociedade que explora a Mãe/mulher não liberta o Homem nem serve a família!
Tudo o que se fizer em benefício da mulher e da mãe (pela feminilidade) reverte em benefício de todos, da família, do homem e da sociedade!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7462
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