quinta-feira, 12 de maio de 2022

UM EXEMPLO DE MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA

Ao referir-se ao conflito que decorre na Ucrânia a imprensa marca posição manipuladora na deturpação e interpretação dos factos como também ao relatar uns acontecimentos e omitir outros! Com o título "Papa marca um sinal com um encontro " os periódicos ao colocar esta informação e ocultar outras deformam a realidade! De facto, é noticiado que na audiência geral de 11 de Maio, o Papa falou brevemente com duas mulheres ucranianas cujos maridos estão encurralados como combatentes na siderurgia de Mariupol; trata-se de Kateryna Prokopenko, a esposa do comandante da Azov Denys Prokopenko, e Julia Fedosjuk. Segundo elas afirmaram, o Papa prometeu rezar pelas lutas e tentar ajudá-las.

A crítica que o Papa fez à NATO a 3.05, foi omitida pela generalidade dos periódicos: o Papa Francisco disse que estava pronto para ir a Moscovo e que quem começou propriamente a guerra foi a NATO: "Penso que antes de ir a Kiev, tenho de ir a Moscovo". Disse que o encontro não serviria exactamente para condenar Putin, porque o verdadeiro "escândalo" da guerra de Putin era "o ladrar da NATO às portas da Rússia", fazendo com que o Kremlin "reagisse erradamente e desencadeasse o conflito"(1).

A primeira informação foi noticiada porque vem a favor da NATO interessada em branquear a parte escura e nazista da do batalhão de Azov e da sua acção no exército ucraniano!

A segunda, embora mais importante, não foi publicada porque contrariaria a propaganda até agora feita em favor da NATO. Estas são duas verdades que se complementam, mas a segunda não iria em favor de muita da desinformação em via!

Estamos perante uma maneira indireta de manipulação por omissão ou por filtro das informações que consiste na opção de só se apresentarem assuntos interpretados a favor da afirmação do próprio poder!

Refiro-me aqui ao ocidente porque da informação aqui prestada é que depende a formação das nossas opiniões e assistimos a uma campanha de informação mediática que tem sido unilateral e manipuladora, no sentido de justificar o envio de armas para a Ucrânia e uma intervenção da NATO.

É indigno de uma democracia submeter o povo a uma desinformação tão massiva! As nossas elites políticas têm-se comportado de tal maneira que denegrecem a democracia e desiludem espíritos democráticos honestos.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7453

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