sexta-feira, 11 de novembro de 2022

EUROPA ENVOLVIDA NA NOVA GUERRA FRIA

                                             Destino da velha Constantinopla para a Europa?

 

Os EUA estão a seguir a mesma estratégia que Roma seguiu na Idade Média e que veio a provocar o cisma de 1054 que dividiu o Ocidente entre Catolicismo e Ortodoxia.

Aquela estratégia, se por um lado contribui para o afirmar-se da Europa ocidental e oriental e do Islão (império otomano), expressou-se também na reforma protestante (poder secular e religioso: formação dos Estados laicos europeus) e manifesta-se na luta atual entre países de capitalismo liberal e de socialismo (mantem-se um fator comum: a luta ideológica da verdade como posse).

O nacionalismo ucraniano, a hegemonia da Rússia e dos Estados Unidos ameaçam a formação de uniões que não favorecem o melhor desenvolvimento dos povos...

Acabamos de viver uma época em que os EUA foram uma bênção para a Europa mas atualmente estamos a passar para a nova época em que os Estados Unidos se podem tornar num grande perigo. Uma Europa onde o pluralismo se afirmou deveria ter uma palavra a dizer e afirmar que chegamos a um momento da história em que o unilateralismo está definitivamente ultrapassado e deve dar lugar a uma colaboração com as diferentes autonomias regionais que possibilite mundialmente pluri-influências e pluridependências...

Por seu lado, a Europa, com a cumplicidade da Alemanha, perde a oportunidade de ser o fator de continuidade na mudança, ao não tomar iniciativa própria; ao identificar-se com a Nato americana, arrisca, com o andar da História, levar a Europa a tornar-se uma mera região americana na eurásia...

Se a Europa não arredar caminho do comando de Washington tudo leva a indicar que terá o mesmo fim que teve Constantinopla. É fatal verificar-se que uma Europa que foi berço de tantas subculturas se limite a ser agora reduzida à sua subcultura anglo-saxónica!...

O fatal da questão é que isto acontece num momento da História em que hegemonia e declínio dos Estados Unidos se juntam (nem a Europa se encontra geopoliticamente à devida altura nem os EUA encontram lucidez suficiente para reconhecer a sua oportunidade global única de conseguirem ver a América com os olhos do mundo!...

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=7962

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