quinta-feira, 17 de novembro de 2022

 No Catar também as Mulheres são Bolas de Jogo


 O PODER DO DINHEIRO EM CAMPO NA COPA DO MUNDO NO CATAR

A Copa do Mundo 2022 começa no Catar a 20/11/2022 e termina a 18/12/2022. O Catar tem 2,7 milhões de habitantes, mas apenas 10% têm a nacionalidade do Catar; os outros 90% são trabalhadores imigrantes. No Catar, um em cada seis cidadãos é milionário.

O Campeonato do Mundo no emirado do Qatar é muito controverso não só por se realizar pela primeira vez no Inverno (época do advento-natal) mas também pelas violações maciças dos direitos humanos no emirado e pelas jogadas sujas da FIFA (1) ...

Entre a maioria das empregadas domésticas estão muitas Filipinas católicas que temem agressões violentas ou assédio sexual até à violação por parte de empregadores. Elas não se podem defender porque enfrentariam a prisão ou a deportação. Por isso representações estrangeiras recomendam as mulheres a pensarem bem no caso de quererem recorrer a tribunal.

O próprio Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Federal da Alemanha adverte os viajantes que em casos extremos, "se uma violação for denunciada, a vítima pode ser processada por 'sexo extraconjugal'" e a única saída é casar com o violador...

Não é aceitável que as vítimas de violência sejam levadas perante os tribunais e cinicamente acusadas de sexo extraconjugal.

No Catar em 2008 foi construída a única igreja Católica que durante a Copa terá três missas diárias. No Catar, vivem 200 mil católicos que são trabalhadores migrantes das Filipinas, India, América do Sul, África, Líbano e Europa...

Na opinião política pública, entoam-se árias de embalar na esperança de que a maioria durma, alguns rezem e uns tantos se aproveitem!... Dos “adeptos” apaixonados não há que se preocupar porque esses já se encontram sob controlo!...

A FIFA e o campo de futebol são manifestações abertas da extrema masculinidade e da violência cultivada na nossa sociedade, mesmo quando em campo jogam mulheres; por uma questão de humanismo e humanidade seria tempo de se entrar num “jogo” em que masculinidade e feminilidade fossem integradas num processo que expressasse a igualdade complementar.

A situação da mulher no Catar poderia ser ocasião para uma discussão sobre a falta de feminidade na nossa sociedade que é de matriz meramente masculina.

Urge construir uma matriz de caracter complementar em que o princípio da masculinidade e o princípio da feminilidade sejam integrados em termos de igualdade complementar num novo modelo de sociedade e numa nova maneira   de ser homem e de ser mulher!

Enquanto não nos questionarmos em termos da matriz sociológica e antropológica que seguimos continuaremos a fomentar uma cultura da guerra!

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7968

 

O Campeonato do Mundo é uma oportunidade para chamar a atenção para abusos desumanos

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