O sucesso na relação com o outro, com o parceiro, depende do equilíbrio e da reciprocidade na troca de estima, serviços e sentimentos. A falta de equilíbrio leva o parceiro a sentir-se menos valorizado. Quem é reconhecido e estimado sente-se bem e reage produzindo mais e melhor, segundo mostram investigações americanas. A falta de reconhecimento conduz a depressões, diabetes, stress, doenças de circulação e do coração.
Geralmente ansiamos por um futuro melhor, por prestígio e respeito. Não chega o reconhecimento económico, é preciso também o emocional. A saúde tanto no lugar de trabalho como na família dependem da consideração tida pelas necessidades do parceiro, do subalterno. Se na relação não houver um equilíbrio entre o dar e o receber a relação torna-se doentia dando origem a atitudes de insegurança no caso de falta ou a atitudes evasivas no caso de excesso. Onde faltar a consideração e a estima aí falta o Sol, aí surge uma depressão. O desprezo, o ignorar e a crítica têm um efeito de dia chuvoso sobre o corpo e a alma. Estes, como a natureza, precisam da noite e do dia, do Inverno e do Verão para a regeneração e um desenvolvimento são.
No Outono as pessoas são mais depressivas porque lhes falta o sol que regula determinadas funções da pele e do sistema nervoso. Na paisagem do corpo e da alma humana dá-se o mesmo processo. Se se vive num ambiente de reconhecimento e estima ou num ambiente de desinteresse ou de crítica o centro do sistema nervoso reage diferentemente, lançando mais ou menos Dopamin, activando mais ou menos as hormonas do stress, o que automaticamente provoca diferentes estados de alma e do corpo, primeiro como manifestações sintomáticas para depois se tornarem em doenças psicossomáticas.
Na minha actividade de pedagogo e de familiar pude verificar que o louvor fomenta a criatividade e a alegria. Uma pessoa reconhecida e estimada sente-se realizada. Este sentimento cria novas rampas de lançamento para novas possibilidades até então encobertas. O incentivo dado no novo momento rotineiro cria novas energias. O riso e o choro têm funções purificadoras tal como o sol e a trovoada na natureza.
A psicologia diz que pessoas muito produtivas precisam de mais reconhecimento e estima. O reconhecimento é para a acção o que o oxigénio é para a respiração. Maior actividade e maior produção exigem mais oxigénio mais reconhecimento. Os homens sofrem mais com a falta de reconhecimento no trabalho do que as mulheres porque a profissão é fundamental na definição da sua identidade enquanto que a mulher vai buscar reconhecimento também a outras fontes (relação com outras pessoas, etc.).
A necessidade de ser louvado corresponde a uma necessidade fundamental de ser reconhecido como pessoa e apreciado pelas próprias capacidades e realizações. O reconhecimento torna-nos independentes. O amor porém é mais profundo e pode mesmo colocar todas as leis fora de acção.
Demasiado centrados nos problemas, geralmente exageramos com a autocrítica, que pode conduzir à preguiça. Esta às vezes torna-se cómoda. Então prefere-se viver na sombra da vida, procurando dar razão a toda a gente na auto-negação.
Em vez de examinarmos as falhas que paralisam seria interessante pôr-nos à descoberta das coisas bem sucedidas. Estas aumentam as potencialidades. A estima pela pessoa e o reconhecimento do seu agir estão na base de toda a nossa motivação e honra. O louvor revela que se fez algo com sentido
A nossa personalidade depende da imagem que fazemos de nós. Esta é uma espécie de sombra de Deus pelo que nunca está completa, é processo. A autoconfiança ou a falta dela influencia o nosso sentir e agir. A consciência de se dominar algum aspecto fomenta a tolerância de frustração e a persistência.
Quem se respeita a si mesmo, presta atenção à sua dignidade e é mais alegre e confiante, consequentemente é mais corajoso e tem mais sucesso. Como não se questiona sistematicamente aceita melhor a crítica. A base da auto-estima é o amor-próprio e a confiança em si mesmo. Estas capacidades possibilitam a fidelidade a si mesmo e o equilíbrio na relação com o outro, numa dinâmica de pergunta e resposta de seres em processo, em mudança.
A auto-estima depende muito do alimento do sentimento na infância. Se olhamos para nós positivamente e tivermos consciência de nós, sabemos que agimos a partir da própria força; esta depende também da educação. O próprio valor é mais que os trabalhos feitos. É evidente que o sucesso fomenta a auto-estima.
Demasiada auto-estima pode ser vista como orgulho e este espanta os pardais. Pelo contrário a modéstia fomenta amigos. Esta fomenta a empatia porque pressupõe a capacidade de se colocar na pele dos outros. Tudo depende também do ambiente em que nos movimentamos.
Aquele que está contente consigo mesmo, sem narcisismo, sente-se bem com os outros. Quem entra no labirinto dos sentimentos negativos precisa de muita força e ajuda para sair da crise. Um pessimista é como a tempestade a caminho. Alguns encalham facilmente nalgum buraco da história ou esbarram-se na vida dos outros.
Não há remédios fáceis para a cura atendendo a que saúde e doença são estados duma forma de vida. Há aspectos que podem ajudar a encontrar o caminho para si, como: sentido da vida, confiança, bondade e amor ao próximo (solidariedade), Autogenes Training, Imaginação, Meditação, Biofeedback, etc.
Trata-se de descobrir as potencialidades que jazem enterradas em nós. Cada um de nós é uma mina de diamantes por descobrir.
António Justo
Pedagogo
António da Cunha Duarte Justo
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