Ontem numa editora cristã na Turquia foram executados três cristãos. Depois de amarrados de pés e mãos a cadeiras e torturados foi-lhes cortada a garganta.
A perseguição a minorias, aos cristãos, tem sistema. Há um século atrás ainda havia na Turquia 25% de cristãos. Hoje os muçulmanos são 99%. Este é um processo e um fenómeno comum aos países muçulmanos. Em todos os países conquistados deixa de haver vestígios humanos vivos das culturas invadidas ou dominadas através da proliferação.
O ano passado houve um assalto a dois padres, o fuzilamento de um outro e o assassinato do jornalista arménio em que se encontravam envolvidos polícias e políticos ultra-nacionalistas apesar da polícia de Istambul ter sido informada previamente. Responsáveis da editora cristã já se queixam há anos que as autoridades locais e os políticos incitam a população contra eles. Sintomático é o facto da execução dos três cristãos ter acontecido depois da televisão turca ter anunciado na quarta-feira anterior que a editora “Zirve” tinha distribuído bíblias.
A verdade é que a nação turca vive desde há 85 anos na mentira afirmando-se como estado laico em que as minorias cristãs e judaicas deveriam ser respeitadas. Este princípio só se encontra no papel. A identidade nacional é condicionada ao Islão. Só um turco muçulmano é um verdadeiro turco. As minorias têm que o sentir no dia a dia. Até no seu bilhete de identidade são identificáveis através dos dois últimos números. A República Turca vive bem da mentira. Confronte-se o debate sobre a sua entrada na União Europeia.
Onde estão os protestos contra as execussões turcas? Quem se tem manifestado dentro e fora da turquia? Os intelectuais e politicos só parecem estar sensibilizados e dispostos a fazer reagir e a fazer declarações quando se trata da defesa dos interesses islâmicos. Pensar faz doer e o medo pode muito!... Que os muçulmanos se calem, é já costume, mas que os povos ocidentais se comprometam, não é bom testemunho para a democracia.
A Turquia apresenta-se ao exterior como uma república laica e internamente é contra tudo o que não seja islâmico. As autoridades turcas costumam lavar as mãos sangrentas com o argumento de que são casos individuais. O Islão considera legítimos os meios empregues na expansão e defesa da sua fé. O emprego da mentira é legítimo desde que empregue na defesa do Islão. A qualidade moral duma acção depende da religião da pessoa a quem se dirige. A religião divide o mundo em duas zonas: a terra da paz (onde dominam) e a terra da guerra, o resto.
A consciência de possuírem a única religião verdadeira leva-os a exigir, de cabeça levantada nas nações não islâmicas onde vivam, os direitos vantajosos e de se fecharem em guetos até poderem impor a sua mentalidade. Os extremistas sabem-se protegidos por uma população que os não denuncia. A cumplicidade é assim legitimada democraticamente. Por outro lado nos países de imigração muçulmana a política não encontra parceiros de conversação vinculativa porque não há uma representação única dos muçulmanos. A falta de estruturas representativas leva os políticos ocidentais a fomentar conselhos do Islão que apenas têm uma função de polimento de imagem perante a opinião pública. O diálogo só conhece um sentido único: a direcção do Islão.
Na Europa a ideologia fascista muçulmana encontra-se na ofensiva. Os governos ocidentais só estão interessados em convenções económicas bilaterais marimbando-se com o trato das minorias nos países islâmicos.
Ingenuamente as autoridades religiosas cristãs preocupam-se com a realização de orações multireligiosas que ao fim e ao cabo só atingem os cristãos envolvendo algum representante de mesquita que protege assim o povo do contágio.
Se a Europa não quiser caminhar na direcção duma Cossovização a longo prazo terá de levar os muçulmanos a estruturar-se de maneira representativa e a não permitir nele o fascismo que combate no meio da própria cultura. Doutro modo, a longo prazo, a política democrática serve o fascismo das duas partes. Isto revela uma grande fraqueza do sistema democrático: o Islão é mais coerente e mais forte, pelo menos enquanto conseguir privar a generalidade do povo dos bens económicos e da ciência.
Se há sol e chuva deve haver sol e chuva para todos! Acima das instituições deve estar a pessoa humana independentemente da sua fé… O resto corre o risco de ser fascismo camuflado!
António Justo
António da Cunha Duarte Justo
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