sábado, 17 de novembro de 2007

São Martinho – Castanhas e Vinho

No dia 11.11 S. Martinho é festejado por todo o lado. Na Alemanha é costume as crianças dos Jardins-de-infância saírem ao anoitecer para a rua. Em cortejo, a catraiada, de lanterna em punho e acompanhada pelas educadoras de infância, dá mais cor e expressão ao ambiente, cantando “Laterne, Laterne”.

As lanternas acesas, que ostentam na mão, são geralmente elaboradas pelas mesmas crianças nos Jardins-de-infância. Com este rito de preparação e encenação, aprendem a importância do partilhar bens materiais e culturais. Há lugares onde, no desfile, uma das crianças vai vestida de São Martinho montado num ponny. Para arredondar o acontecimento, nalguns lugares come-se o “Ganso de S. Martinho”

Em Portugal aproveita-se o Verão de São Martinho para se assarem as castanhas e provar o vinho novo. Nalgumas escolas organizam-se magustos. Pelo mundo fora muitas comunidades portuguesas mantêm a tradição de festejar o “Verão de S. Martinho com castanhas e vinho. Muitas vezes chegam de encomenda, trazendo, no seu luzir, o sol português!... O vinho, esse levanta o espírito e chega a fazer milagres inspirando e consolando homens e mulheres na doce fantasia sentida no horizonte da saudade comunitária. Assim se espalham e vivem tradições

O povo conta que um soldado romano chamado Martinho, num desses dias húmidos e tristes em que o vento empurra o frio e a chuva contra o povo, Martinho estava de serviço fazendo a sua ronda.

A caminho, depara com um velho desnudado a tiritar de frio, que de braço estendido pedia esmola.

O soldado Martinho, sem nada para dar, tirou a própria capa e, cortando-a ao meio com a sua espada, entrega a metade ao mendigo que quer agasalhar.

Passados momentos deixou de chover e o sol raiou como se fosse pleno Verão. Daí o costume do povo chamar aos dias quentes de Novembro o “Verão de S. Martinho”.

Martinho desceu do cavalo da sua importância para se colocar ao nível do pobre. Essa atitude acalora o próximo e o ambiente.

No gesto de Martinho, a espada, uma arma destinada a ferir e matar, nas mãos de Martinho, transforma-se num instrumento de compaixão e de amor ao próximo. É o sol a raiar na natureza e no coração!
António da Cunha Duarte Justo

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