Para o governo socialista já não chega a ocupação da administração. Ele quer assenhorear-se também dos campos da moral sexual na escola, na determinação dos textos a usar nos compêndios escolares e até interferir nas tradições e costumes populares.
Trabalham de maneira sistemática contra a tradição cristã. Talvez porque Sócrates provém duma família de prática religiosa não propensa à festa o processo se torne mais obstinado. Eles sabem que não precisam de dar satisfação a ninguém porque o povo só entende de futebol e os multiplicadores directos andam a dormir na forma. A inteligência encontra-se de maneira geral amarrada à soga do poder.
De lamentar o facto de terem acabado com a tradição das férias pascais de uma semana antes da Páscoa e outra depois da Páscoa.
Com a sua regulamentação dos 15 dias de férias antes da Páscoa talvez pretendam estragar a festa de Páscoa já que as crianças nesse dia já vêem o dia estragado só em pensar nas aulas do dia seguinte. Por outro lado não se preocupam com férias de verão tão extensas e com consequências nada vantajosas para uma economia racional do tempo.
Eles fizeram de Portugal uma coutada
É já tradição de fascistas e marxistas a ocupação do sector da formação e da educação nos estados onde alcançam o poder. Aproveitam da escola para fazer a sua “catequese” e até com a justificação da democracia dorminhoca. Portugal sempre foi usado por elites geralmente com mentalidade remediada, com espírito e mãos de toupeira mas com boca de leão.
Em Portugal podem fazê-lo porque sempre faltou o equilíbrio e o controlo duma camada intelectual isenta e duma classe económica independente. Todos se encostam ao poder seja ele de direita ou de esquerda. Haverá outro país no mundo com tantos professores universitários nos partidos e no governo? Assim temos um país a viver continuamente de mão estendida. O povo de mãos estendidas na rua e os medianos de mãos estendidas voltadas para o governo. Um país assim terá que viver sempre preocupado com onde arranjar mais impostos, onde ir buscar mais contribuições para viver da satisfação do dar.
Um outro problema é o facto do centro direita estar sempre demasiadamente preocupado também ele com o poder não estando atento ao que acontece nas escolas e na cultura. Uma pobreza franciscana no que toca aos próprios valores. Também muita gente do clero anda de olhos tapados apostando num socialismo de cara camuflada sem verem o que está verdadeiramente a acontecer.
Infelizmente o poder público, as ideias e o sistema com o qual se interpreta a realidade manca, pelo menos meio século, atrás da realidade que produzimos. não nos perguntarmos, como nação, donde provém o atraso e suas perigosas consequências. O futuro constrói-se na escola e a paz depende de visões da vida e dos modos de agir que se aprende. Um socialismo anticultura cada vez se espalha mais em Portugal não só estabilizando a sua pobreza económica, mas o que é mais grave ainda, dando cabo sistematicamente duma cultura impar.
Não se trata de ir conta a globalização ou contra a Europa, mas de se construir um mundo mais justo. Se o povo não acorda estamos entregues à bicharada.
Não se trata de evitar conflitos na percepção da realidade nacional. É melhor ter a coragem de os enfrentar e de discutir acesamente os problemas do que continuar a não tomar conhecimento deles.
Precisamos duma esquerda e duma direita dignas desse nome. Precisamos duma universidade que pense e aja. Precisamos duma escola que deixe de ser alienadora onde se perde o mais do tempo! É uma desonra continuar a viver na miséria do factual e no preconceito oportuno, adiando a própria vida e a vida da nação de campanha para campanha, de período de eleições para período de eleições, sempre e apenas na espera da rotação dos tachos.
António Justo
António da Cunha Duarte Justo
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