Também os discípulos de Jesus tiveram a sua semana Santa. Eles, que tinham apostado em Jesus que tinha vivido e anunciado uma nova compreensão da fé num Deus humano que perdoa e promete a graça, vêem-se de repente sozinhos.
Jesus, o portador da esperança, é miseravelmente ridicularizado e acoitado, morrendo como um assassino.
Os discípulos viram a sua fé transformada em lágrimas. Desesperados e cabisbaixos procuram aconchego nas suas casas. Apenas as mulheres, ao visitarem o túmulo já vazio, deparam com o ressuscitado.
Levou tempo a os discípulos acreditarem no que ouviam (50 dias até ao Pentecostes). Mas finalmente mesmo o mais céptico, Tomé, depois do encontro pessoal com o ressuscitado, compreendeu o acontecimento da ressurreição. Com ela Jesus superou a morte e realizou a salvação.
A vida depois da morte deixou de ser uma promessa vazia. Agora a vida passa a ter perspectivas. Surge assim a primeira comunidades cristã entre os judeus, que agora sabe que o poder estatal e a perseguição os não pode vencer mais. Assim surge a festa da Páscoa, a festa da alegria entre os seguidores de Cristo.
Em Jesus Cristo, Deus realizou de antemão o que acontecerá com todo o ser humano. A ressurreição é o começo da transformação do mundo na realização duma nova criação. Lá, no reino da graça, como Ele, um dia acordaremos ao encontrar a bondade de Deus que é amor e luz.
A graça penetra as leis do mundo físico e as leis da justiça, sem ligar a pressupostos ou a condições. Ela liberta tudo das aparentes amarras das circunstâncias, da culpa e do poder.
Na Páscoa o amor vence o medo e vence a morte.
António Justo
António da Cunha Duarte Justo
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