Na Igreja Evangélica foi celebrado o “Dia de Penitência e Oração”. Este dia, introduzido em 1532 e fazia parte dos dias Santos da Alemanha até 1994. Em 1994 foi decidido acabar-se com o dia santo para que a partir de 1995 passasse a ser um dia de trabalho e assim se compensasse o patronato devido à maior carga de contribuição a suportar por ele para o novo Seguro de Assistência (Assistência à velhice, tratamento e cuidados) então criado.
Muitos evangélicos, que antes não se opuseram à iniciativa do Estado financiar o Seguro de Assistência com mais um dia de trabalho à custa do dia santo evangélico, arrependeram-se de na altura não estarem mais atentos. O estado cada vez tem um estômago maior querendo enchê-lo à custa do trabalho do povo não estando ele disposto a renunciar a gastos desnecessários.
O “Dia de Penitência e Oração” era o dia do exame de consciência e do balanço, na relação consigo mesmo com o próximo e com Deus. No meu ver, e na minha maneira de sentir os alemães, um dia santo tipicamente prussiano! Talvez um sinal que também a Alemanha se deixou levar um pouco pelo secularismo. Mesmo assim, uma obra de caridade, em favor dos mais necessitados, que agora têm direito a receber comida em casa e a ser tratados em casa, etc.…
Penitência quer dizer assumir responsabilidade pelo que se faz. Penitência ajuda a não aceitar tudo e muitas vezes a sair de becos sem saída. A confissão dos pecados torna visível o carácter social da nossa vida e dos nossos actos.
Rezar é ligar-se ao próximo e a Deus num ecossistema comum.
Naturalmente que a oração dos cristãos é diferente da dos muçulmanos, o que impede uma oração comunitária dos dois em conjunto. Porém cada um por si e cada grupo em si pode elevar mais o mundo. Aos olhos de Deus e do mundo o mais importante são as obras, expressão de espíritos de boa vontade.
António Justo
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