A mulher continua a ser vítima da prepotência doméstica, de tabus culturais e religiosos bem como da discriminação nos locais de trabalho e no acesso a quadros superiores.
Na Europa o seu ordenado é em média 15% inferior ao dos colegas masculinos. Nos Estados Unidos da América já ocupam 45% das mulheres uma posição de topo na economia enquanto que na Inglaterra apenas 33% e na Alemanha 27% o conseguem. Por outro lado na América têm assento no parlamento 15% de mulheres e na Alemanha 32%. Quanto às votações as mulheres votam mais à esquerda que os homens.
Um grande impedimento para a igualdade de oportunidades de homem e mulher está numa política anti-familiar que explora descaradamente a mulher neste sector. A política permanece indiferente a uma praxis de incompatibilidade do trabalho com a educação das crianças. A falta de flexibilidade das empresas, a falta de escolas a tempo inteiro, as despesas caras com o cuidado das crianças…tudo são entraves ao emprego regular da mulher. Aqui não é de negligenciar um certo chauvinismo masculino que muitas vezes deixa para a mulher quase todo o trabalho familiar. Quanto mais baixo o nível de cultura mais vítima é a mulher…
Não quadro de chefia política da China, que consta de 24 pessoas apenas há uma mulher. Aqui já se deu um grande progresso ao acabar-se com o concubinato para homens ricos. A lei proíbe a discriminação da mulher no mercado de trabalho mas ainda há muitos patrões que se recusam a empregar mulheres.
Também na Rússia domina o chauvinismo dos homens e muitas vezes as próprias mulheres atribuem-se a si mesmas um papel secundário.
Nas sociedades árabes a situação da mulher é totalmente precária, até a poligamia chega a ser permitida.
As empresas e as representações diplomáticas ocidentais, inseridas nas sociedades mais patriarcais, deveriam estrategicamente empregar mais mulheres para assim contribuírem de maneira exemplar para a igualdade de direitos no tratamento dos sexos. A própria ONU deveria estabelecer uma quota em defesa das mulheres nas suas representações e comissões. Numa fase inicial seria justificável uma discriminação positiva das mulheres.
A luta pelos direitos humanos no sentido da própria realização através de funções, actividades ou cargos deverá estar na ordem do dia de todos os parlamentos e instituições. Este é um passo importante a dar-se mas a integração da feminidade na humanidade é um assunto de não somenos interesse. Trata-se de um processo paralelo ao da retorta burguesa ou socialista na procura da dignidade roubada, na conquista de funções para depois se chegar a ser!
O ser porém atinge-se no encontro com a humanidade em mim, no/a outro/a. Depois de termos usado a escada das ideias, das imagens, e dos postos, seria importante reconhecermos neles o ilusório para nos podermos encontrar homem-mulher num eu-tu-agora. Trata-se de evitar o machismo e o feminismo, trata-se de, mulheres e homens, ousarmos, na complementaridade, empreender o humano.
António Justo
António da Cunha Duarte Justo
Sem comentários:
Enviar um comentário