sábado, 17 de novembro de 2007

„Me cago en Dios“

Uma prática na estratégia materialista e racionalista

A peça que se exibe no teatro da Comuna em Lisboa com o título “me cago en Dios”,da autoria do espanhol Íñigo Ramírez de Haro, é mais um dos gritos dum socialismo barato em que aposta muita gente “inocente”! Na Espanha a obra, representada no teatro Alfil foi retirada antes do tempo por falta de público. O escândalo sozinho não chega para tornar uma obra, obra de arte ou para garantir a afluência de público.
O autor da peça argumenta que a sua “intenção não era ofender mas sim mostrar uma experiência autobiográfica” na esperança que o governo de Zapatero converta a religião católica em “um grupo privado”.
Os acólitos do materialismo e do racionalismo da rede lobiista da União Europeia logo se apressaram a implementar aquela obra em Portugal, país bastante fácil para tais iniciativas. São patrocinadores desta peça: o Ministério da Cultura, o Centro Cultural de Belém, o Instituto das Artes, Embaixada de Espanha, Câmara Municipal de Lisboa, a Fábrica Valadares e o Teatro da Comuna. O apoio de instituições estatais, com dinheiros públicos, é a melhor prova que os “camaradas” e os “irmãos” têm para mostrarem aos seus correligionários na União Europeia a sua inserção e eficiência nas instituições portuguesas além do seu dever cumprido. A União Europeia tornou-se a melhor ribalta para as suas campanhas. As campanhas contra uma sociedade de tradição judaico-cristão em favor dum materialismo rasteiro e dum racionalismo contraditório.
Por todo o lado e de modo especial nos areais político-administrativos se organizam as lobies que em acções coordenadas fomentam iniciativas e campanhas conotadas. Tal como o sistema desumano fascista de Hitler também eles, sob a capa de defesa da classe operária, e do “social-socialismo” procuram apagar Deus da história para o substituir pela adoração do seu próprio poder, da sua auto-suficiência, da ideologia. Querem um povo nu e sem espinha dorsal… anónimo, desprecavido e aberto a qualquer asneira ou carapetao.
Sob a máscara ideológica do niilismo e o escudo da própria fé ideológica, ridicularizam a fé dos outros em nome da própria ideologia. Procuram desacreditar tudo o que cheire a religião cristã para melhor imporem a sua ordem das coisas aos outros. Fomentam uma cultura da terra queimada. São contra a cultura civil tradicional e apostam na deseducação e na ocupação das instâncias da sociedade civil para, a partir daí, ferirem sentimentos e oferecerem a provocação.
Em nome da sua verdade combatem uma verdade de que são filhos. Combatem os próprios erros nos erros da mãe que querem pecadora para acusarem...
Querem a todo o custo impor uma sociedade laica totalitária, à imagem do Islão que por sua vez impõe uma sociedade religiosa totalitária. Azedos, alérgicos ao pluralismo das sociedades de cunho cristão, difamam e organizam campanhas de desinformação sobre a Igreja Católica. Desconhecem a doutrina social da igreja que defende o respeito pela liberdade ideológica. Naturalmente que também a Igreja Católica não está ilibada de erros. Dela, porém, só conhecem os erros e o passado menos cristão querendo-a refém e tornando o seu presente cativo do passado.
O autor espanhol da peça e seus correligionários, querem legitimar a sua fé niilista, escarnecendo da fé dos outros. Tudo em nome duma razão absolutista que se fica pela alternativa dualista presunçosa que só conhece tese e antítese. O seu programa é substituir a fé por uma ideologia.
Portugal ao sabor dos ventos de Espanha
Incapazes de interferirem positivamente na política e na sociedade limitam-se a aquecer as mãos dum intelecto frio no rescaldo da agressão religiosa.
É sintomático o facto dos instalados nas várias instituições estatais logo correrem a apoiar os maus ventos de Espanha no sentido de também eles se manterem solidários com o socialismo-racionalista europeu e na estratégia de desqualificarem e banalizarem o cristianismo. (É o tal velho problema da velha nobreza portuguesa que apoiou Castela contra os interesses do povo português e da nação!). Com os dinheiros do povo, o governo patrocina a própria fé banal e de seus correligionários. Procura-se incrementar em Portugal uma sociedade pretensamente abananada e desorientada em vez de se preocuparem com o bem comum e, à margem, com o fomento dum socialismo humano e cristão à portuguesa. Democratas de poleiro, estes leaders da confusão, sem alternativas, vivem da insinuação obscura e da destruição de valores. Da sua falhada “reforma agrária”passaram a uma reforma ideológica eunuca que dá apenas para irem vivendo, pelos vistos, uma vida de encobertos azedos e de má consciência. Sabem que destroem sem terem nada para dar: resta-lhes talvez a esperança, de receberem pelo serviço prestado um posto nalguma instituição internacional!...

A nossa esquerda vive da importação do ferro-velho das ideias europeias
Esta gente sem originalidade vive dos ecos do grito anárquico duma mentalidade já ultrapassada dos anos 60 / 70 e duma ideologia materialista do século XIX já refutada pela nova física e pela biologia do século XX (teorias da relatividade e dos quanta). Um certo Portugal parece querer andar sempre a correr atrás do comboio e ao sabor dos ventos de Espanha: não pensa nem age, apenas reage. Na falta de originalidade vive da imitação barata, da profanação e da importação do ferro-velho das ideias europeias, basta-lhe o pensamento politicamente correcto!... Iluminados à sombra do céu nevoeirento de D. Sebastião continuam prisioneiros das miopias que combatem. Em vez de se empenharem na construção duma sociedade que tenha lugar para eles e para os outros, preferem permanecer os herdeiros dos carrascos da inquisição medieval.

As novas aves de rapina vivem da morte de Deus
Matam Deus na pessoa para poderem fazer da pessoa amorfos à sua imagem e semelhança relativizando-lhe a sua dignidade. Um filho de Deus é com Deus um absoluto, não podendo ceder à instrumentalização seja ela em nome da religião ou em nome do secularismo. Em nome da religião e do secularismo há um rol imenso de vítimas inocentes.
Mas o seu a seu dono! Com a religião judaico-cristã o Homem (todo o homem e toda a mulher) é de natureza divina e portanto intocável!
Os exploradores do ser humano começam por lhe tirar Deus ou por O instrumentalizar. Tanto as instituições estatais como as religiosas o têm profanado ao longo da história. Ao Cristianismo porém se deve a consciência divina do ser humano e da pessoa em particular. Trata-se de defender esta consciência de ser. Deus é povo e não precisa de acólitos. Não precisa de fanáticos que o afirmem nem de fanáticos que o neguem.
Na catársis da dúvida e na procura se diviniza o ser humano e a natureza! Porém as novas aves de rapina vivem da morte de Deus e das sombras dos cemitérios mantendo-se embora nos adros das igrejas. Os novos senhores são mais perigosos que os antigos. Aqueles escravizavam o corpo do povo. Os novos querem também a sua alma!...

António da Cunha Duarte Justo
António da Cunha Duarte Justo

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