sábado, 17 de novembro de 2007

Cristianismo – O grupo religioso mais perseguido no mundo!

Sob a capa da religião comete-se muita violência e escondem-se muitos conflitos e mazelas...

200 milhões de cristãos são actualmente discriminados ou perseguidos em 50 dos 200 Estados do mundo. Segundo estatísticas sérias a perseguição religiosa aumenta cada vez mais. 80% dos perseguidos ou discriminados são cristãos, partindo-se ultimamente mesmo de 90%. (Nesta exposição refiro-me aos cristãos por serem os mais perseguidos).

A perseguição é mais dura em estados muçulmanos, porque esta religião aspira à hegemonia universal, e em estados ateístas ou comunistas como é o caso da Coreia do Norte e da China que consideram o cristianismo como perigo para o Estado. Estes estados de cunho marxista não aceitam a soberania autónoma do indivíduo, reduzem o indivíduo a súbdito, a mero instrumento da colectividade de que o Estado é o senhor absoluto e pode dispor. O socialismo marxista sempre considerou o cristianismo como o seu inimigo figadal atendendo a que este considera a pessoa como intocável na sua dignidade humana enquanto que o socialismo põe a tónica no colectivo vendo o indivíduo como objecto em função do colectivo. Na China muitos são obrigados a viver escondidos na ilegalidade das igrejas caseiras.

Na ditadura ateia da Coreia do Norte, nos últimos quatro anos desapareceram, sem deixar rasto mais de 2.000 comunidades cristãs com 300.000 cristãos (segundo o que informou a Deputada Erika Steinbach, no seu relatório no Parlamento alemão). Tem-se informação de excussões nesse regime de terror e da existência de campos de concentração para educação forçada onde cristãos são aprisionados. Os cristãos são vistos como risco de segurança para o estado, vendo-se muitos obrigados a abandonar a religião ou a fugir.

A Declaração dos Direitos Humanos da Organização da Conferência Islâmica do Cairo questiona os direitos religiosos subjugando-os à scharia (Lei islâmica). Esta, além da discriminação para com outras religiões, determina a pena de morte para quem abjure do Islão…

A situação dos cristãos e dos alevitas na Turquia é dramática. Nos últimos 90 anos a percentagem dos cristãos reduziu-se, através de perseguição e do genocídio, de 30% para 0,2% da população turca. Mesmo onde há leis que proíbem a perseguição, a discriminação continua através dum ambiente totalmente intolerante. Em Fevereiro passado foi aí assassinado o padre católico Andrea Santoro. O problema é que nem sequer o Papa pode levantar a voz na defesa dos cristãos porque automaticamente estes seriam expostos a maiores perseguições.

Também os hindus na Índia perseguem os cristãos violando freiras mesmo em grupo e matando padres. O que é mais estranho baseiam a sua atitude em Gandhi que era contra a missionação dizendo que os missionários deviam deixar a Índia. Ele não podia aceitar que os hindus que se convertiam ao cristianismo deixassem de ser vegetarianos e vestissem à moda europeia até com chapéu.

No século XX houve mais cristãos mártires do que nos primeiros dois mil anos da sua existência. As perseguições muçulmanas e dos ateus marxistas contra os cristãos foram extremas. Em muitas nações continua a ser dramática a sua situação sem que haja solidariedade para com eles, mesmo da parte dos países ocidentais. O Ocidente interessado apenas na exploração e expansão económica cala ou põe à disposição a própria cultura. Tudo o que não é mercadoria estorva. Por outro lado o terceiro mundo considera o ocidente cristão, identificando a sua exploração com o Cristianismo. Uma situação complicada!...

A liberdade religiosa é um direito humano individual que se baseia na dignidade humana. Nas relações diplomáticas e comerciais os direitos humanos não têm feito parte das convenções bilaterais. Prefere-se dar asilo a perseguidos e assim manter a influência nos grupos estabelecidos nesses países, do que pressionar uma relação humana de justiça entre eles.
Ainda há pouco no Afeganistão foi condenado à morte Abdul Rahman pelo facto de se ter convertido ao cristianismo. A Itália concedeu-lhe porém asilo.

Na Nigéria, no sul do país vivem sobretudo cristãos que se dedicam à agricultura. Os muçulmanos vivem do comércio e da criação de gado, o que lhes possibilita melhor vida do que aos cristãos. As tenções entre muçulmanos e cristãos acentuaram-se pelo facto da agricultura ter piorado devido à falta de água para a cultura intensiva e devido ao facto dos bens de consumo que os muçulmanos vendem se terem tornado muitíssimo caros. Além disso emigraram muitos nigerianos muçulmanos do norte para o sul do país. O Estado não resolve os conflitos surgidos e os políticos de um e outro grupo aproveitam-se da situação para agitar os grupos atribuindo cada um a culpa à outra religião. Mais de 1.000 pessoas perderam a vida sendo incendiadas igrejas e mesquitas. Entretanto entraram em diálogo chegando à conclusao que o problema não era religioso e chegaram a compromissos. Este é um exemplo de como os conflitos surgem e de como a religião é aproveitada para os explicar!

O direito à liberdade de religião é fundamental porque toca e informa muitos outros valores como a vida, o sentido, protecção, arte e cultura. Uma religião que estreite os horizontes, coacte, que meta medo, que fomente a violência e conduza à guerra não merece esse nome!

As religiões são parte essencial das culturas pelo que foram e são envolvidas na guerra. Dá-se um uso abusivo de Deus. O Deus dos cristãos ao ser o Deus criador de todo o género humano não permite o abuso de qualquer ser humano atendendo a que este é todo irmão, filho do mesmo pai independentemente de crença ou não crença. Os que vivem da guerra e os Estados não querem limites ao seu poder sobre o ser humano. Não o querem soberano, querem-no súbdito, querem-no inteiro. Para melhor o dominarem servem-se e abusam da religião porque sabem que esta mexe com todo o ser. Reduzir a religião ao mutismo ou instrumentalizá-la é a alternativa que escolhem.

A razão de tanta perseguição ao cristianismo tem a ver com uma força inerente a todo o regime absolutista, com a dialéctica entre os regimes mais baseados no respeito pelos direitos individuais e a forma de estado colectivista que pela sua essência não suporta nem a pessoa soberana nem Deus, o rival!

Na Europa, devido ao socialismo marxista militante contra o cristianismo e à influência maçónica nos governos não há solidariedade para com os cristãos perseguidos. A política, nas suas relações bilaterais não toma em conta o aspecto cultural religioso, nem o equilíbrio nestas relações, o que explica a expansão das mesquitas islâmicas na Europa e a proibição de construção de igrejas em estados de população islâmica como é o caso da Turquia. A indiferença dos conservadores neste sector e o fanatismo secularista contra a religião cristã na Europa têm tirado bons dividendos na sua estratégia do “divide et impera”! Assim se compreende que não haja solidariedade com os cristãos perseguidos, sendo ignorada a sua situacao na opinião pública. Os judeus foram muito perseguidos e os cristãos são-no também por serem portadores duma vida exigente que questiona o satus quo, sendo, por isso tidos como uma ameaça!
António Justo
António da Cunha Duarte Justo

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